O jornal digital Dinheiro Vivo inclui hoje duas notícias contraditórias sobre a evolução da crise financeira portuguesa, que só podem deixar os portugueses muito confusos.
Uma dessas notícias informa que o nosso primeiro garantiu mais uma vez em duas entrevistas à imprensa sueca, que “Portugal não vai pedir nem mais dinheiro nem mais tempo” e que regressará aos mercados em Setembro de 2013, enquanto outra notícia refere que o jornal alemão Die Welt escreve que “Portugal precisará de um segundo resgate internacional ainda este ano” e garante que o nosso país sucederá à Grécia nas preocupações com a crise das dívidas soberanas europeias.
Cada uma dessas opiniões tem sido veiculada por responsáveis idóneos e esse facto faz aumentar a confusão. Assim, entre os que afirmam que Portugal não vai precisar de novo resgate estão o presidente do BCE Mário Draghi e o presidente do Banco Mundial Robert Zoellick. Entre os que consideram que vai ser necessário um novo resgate estão o prémio Nobel Robert Mundell e o economista Nouriel Roubini, que vê Portugal e a Irlanda com o mesmo destino da Grécia. Paul Krugman que passou por Lisboa e foi afogado em distinções honnoris causa não se comprometeu quanto à necessidade de novo resgate, limitando-se a dizer que “as coisas estão terríveis aqui, mas na Irlanda estão piores”.
Existe a convicção de que os países endividados só conseguirão pagar as suas dívidas se lograrem ter crescimento económico, mas até agora não se vislumbram em Portugal quaisquer políticas de crescimento, nem sinais de retoma, mas somente austeridade e cortes. Assim, todas estas opiniões não passam de meros palpites e só servem para nos anestesiar. Que grande confusão vai por aí!
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