A Europa está em férias e, aparentemente, nada acontece de relevante na sua vida política e económica. Porém, a prestigiada revista The Economist revela que a chanceler alemã está tentada a ultrapassar o actual impasse, mesmo que seja necessário desmembrar a zona euro. De facto, a equipa económica de Angela Merkel parece que tem trabalhado no sentido de resolver o problema grego e, também, os problemas económicos e financeiros de vários países que integram a moeda única. Apesar de sempre ter afirmado o interesse alemão na unidade dos 17 e na preservação da moeda única, a chanceler alemã está agora a considerar uma estratégia alternativa ou um plano B. Esse plano pretende salvar o euro através de uma intervenção selectiva, destinada a afastar os países que se têm revelado incapazes de cumprir as regras da moeda única e tem duas alternativas: uma considera apenas a saída da Grécia da zona euro, mas outra considera uma saída mais alargada de países, designadamente os que já foram ou estão em vias de ser intervencionados, isto é, os PICS (Portugal, Irlanda, Chipre e Espanha). Segundo o estudo feito, todos estes países falharam no seu projecto de integração na moeda única e têm perdido competitividade, aumentado o desemprego e reduzido o seu produto nacional. Apesar da austeridade e das reformas adoptadas, são muito reduzidas as perspectivas de melhorar o desempenho económico desses países no curto/médio prazo. A análise do The Economist e a referência ao plano B alemão são angustiantes, porque revelam que a solidariedade europeia já não existe e contrariam o recente discurso do nosso primeiro que, cheio de optimismo, afirmou que em 2013 o nosso ciclo económico seria invertido. Talvez o mês de Setembro já nos revele novidades, mas é evidente que também precisamos de um Plano B, para o que der e vier.
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