Amanhã vão realizar-se eleições regionais na Catalunha e as sondagens apontam para a possível formação de uma maioria que reivindica que aquela região autónoma se separe da Espanha e se torne independente.
O problema do separatismo catalão está a ser atentamente seguido na Europa, pois não é um caso isolado e pode representar o início de uma onda independentista, semelhante a outras que, ao longo do tempo, têm feito a história do Velho Continente. Assim aconteceu, nos últimos cem anos, em diferentes ocasiões, por exemplo quando o Tratado de Versalhes desmembrou o Império Austro-Húngaro e o Império Otomano e também, mais recentemente, com o fim da União Soviética e da Jugoslávia, que deram origem a algumas dezenas de novos países, alguns dos quais ainda temos dificuldade em saber o nome, reconhecer a bandeira ou identificar a respectiva capital. No actual ambiente de crise e de inquietação em que vive a Europa, as eleições na Catalunha despertam todas as atenções e há quem tema que se possam tornar numa caixa de Pandora ibérica, porque a tradição europeia mais recente tem sido a de criar países e de desfazer impérios.
A primeira página do diário sueco Dagens Nyheter, exibe hoje os símbolos nacionais da Catalunha, do País Basco, da Flandres, da Escócia e da Padânia, isto é, das regiões cujos processos reivindicativos estão mais avançados, mas há outras regiões como a Galiza, a Córsega, a Bretanha, a Irlanda do Norte, o Chipre do Norte, a Sardenha ou a Sicília que também têm ambições independentistas. Como por vezes se diz, uma imagem vale mais do que mil palavras e a capa do jornal sueco sugere que, de facto, podemos estar perante uma nova Europa de muitas mais nações e, naturalmente, com muito mais dificuldades de gerir.
E o Algarve?
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