sexta-feira, 15 de maio de 2015

Património da Humanidade sob ameaça

Alguns jornais europeus, como aconteceu por exemplo com o The Times, dedicaram hoje algum espaço à ofensiva jihadista em curso no território sírio, cujas forças estarão apenas a um quilómetro do centro do sítio arqueológico de Palmyra, cujas ruínas foram inscritas em 1980 na lista de Património da Humanidade da UNESCO, em reconhecimento da sua história e do seu património, em que se destaca o seu grandioso e belo teatro romano, as suas colunas romanas, os seus templos e as suas torres funerárias.
Palmyra foi há dois mil anos uma importante cidade-oásis no deserto sírio e uma paragem obrigatória na chamada rota da seda, onde se misturaram influências gregas, romanas, persas e islâmicas. Hoje, a cidade tem um grande valor estratégico pois nos seus arredores há aquartelamentos militares, depósitos de armas e um aeroporto militar, mas é também um elemento essencial para dominar os campos de exploração de gás natural e de petróleo que se situam naquela região. A hipótese dos combatentes do Estado Islâmico atingirem o centro histórico de Palmyra está a assustar a UNESCO  e o mundo civilizado. Depois do que sucedeu nas cidades iraquianas de Hatra, Nimrud e Mossul, mas também em algumas localidades sírias, como por exemplo em Damasco e Aleppo, com os bulldozers e os irracionais golpes de marreta a destruir o milenar património artístico da antiga Mesopotâmia, há enormes preocupações sobre o que possa acontecer em Palmyra. Por outro lado, os jihadistas do Estado Islâmico também têm conduzido pilhagens nos sítios arqueológicos para venderem clandestinamente os objectos mais pequenos e assim financiarem as suas actividades e a guerra contra o regime de Bashar al-Assad. Estão referenciados combates muito intensos entre as forças governamentais sírias e as forças jihadistas e os próximos dias ou horas são decisivos para salvar ou perder Palmyra e o seu milenar património.

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