A Catalunha celebrou
ontem a sua Festa Nacional, habitualmente conhecida como Diada Nacional de Catalunya, ou simplesmente Diada. A habitual festa popular que assinala a data mobilizou cerca de um milhão e meio de
pessoas, tendo-se transformado numa monumental manifestação de apoio à independência
da Catalunha e ocupado a grande Avenida Meridiana em Barcelona, como hoje mostra a primeira
página do La Vanguardia.
O ideal independentista catalão está relacionado com o dia 11 de
Setembro de 1714 quando, depois de um cerco que durou 14 meses, a cidade de Barcelona
caiu perante um exército de 40 mil homens. A queda de Barcelona determinou o
fim da guerra da Sucessão (1702-1714) que tinha confrontado a Catalunha e Aragão
com Castela, no contexto de um conflito à escala europeia que se tornara, também, uma guerra civil em Espanha. Pouco
tempo depois foram abolidas as instituições catalãs e iniciou-se um processo
repressivo e de imposição do centralismo castelhano que durou até ao fim do
franquismo. Porém, o orgulho catalão não desapareceu. Com a restauração da Monarquia
e da Democracia foram restauradas as autonomias espanholas e a Catalunha
recuperou as suas instituições e, sobretudo, o seu ideal independentista.
Nos últimos anos
os partidos independentistas que recusam o centralismo e defendem a separação da Catalunha da Espanha
ganharam muitos adeptos. Depois do governo de Madrid ter recusado às
autoridades catalãs o direito de organizar um referendo como fez a Escócia, o
governo da Catalunha forçou a realização de eleições regionais antecipadas para
o próximo dia 27 de Setembro. As sondagens apontam para uma elevada
probabilidade de vitória das forças independentistas, o que pode significar o
início de um processo de separação ou mesmo de uma declaração unilateral de
independência. Faltam apenas duas semanas para que as eleições catalãs se
possam transformar numa autêntica e imprevisível caixa de Pandora. Ontem a Diada foi um acontecimento mobilizador.
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