Nos últimos dias a costa leste dos Estados Unidos
esteve sob uma grande tempestade de neve como há muito não se via, com ventos quase
ciclónicos e nevoeiros intensos que paralisaram as principais cidades, como Nova
Iorque, Washington, Filadélfia e Baltimore. Mais de uma dezena de estados
declararam o estado de emergência e, de acordo com o Serviço Meteorológico
Nacional, tratou-se da segunda maior tempestade de neve desde que há registo,
isto é, desde 1869. Em muitas regiões, as autoridades
apelaram à população para que não saisse de casa, proibiram o trânsito de
veículos e fecharam pontes e túneis, enquantos os aeroportos foram encerrados. Apesar
dessas precauções, milhões de cidadãos foram afectados nas suas vidas e
permaneceram nas suas casas durante dois dias, em algumas regiões sem
electricidade. No sentido de rapidamente ser desbloqueada a situação e
ultrapassar aquela emergência, os serviços de protecção civil e os carros limpa
neves trabalharam em todas as cidades, partilhando os trabalhos de limpeza das
ruas e das estradas com os moradores, para que a normalidade da vida pudesse
ser rapidamente recuperada. Naturalmente, a notícia dominante da imprensa
americana foi a tempestade de neve e os jornais tiveram uma singular
oportunidade para ilustrar as suas edições com imagens das ruas e dos
automóveis soterrados, embora o New York Post tivesse preferido usar
a imagem de uma voluntária que, indiferente ao frio, deu uma ajuda na remoção
da neve nas ruas de Nova Iorque, onde atingiu 68 centímetros de altura. Na
América é assim: qualquer pretexto serve para que as pessoas apareçam e se
promovam, neste caso através de um trajo muito insólito para aquelas temperaturas.
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