Moçambique é um grande país da costa oriental africana cuja língua oficial é o português e que absorveu na sua cultura nacional muitos traços da cultura portuguesa. Administrado pelo regime colonial português, a partir de Setembro de 1964 o território moçambicano veio a ser palco de uma guerra entre as forças da frente de libertação nacional (Frelimo) e as Forças Armadas Portuguesas, que só terminou na sequência da revolução portuguesa do 25 de Abril de 1974, com um cessar-fogo declarado no dia 8 de Setembro do mesmo ano. A independência foi proclamada a 25 de Junho de 1975, mas a euforia da libertação durou pouco. Alguns dissidentes da Frelimo, apoiados financeira e militarmente pelos regimes racistas do sul da África, formaram um partido da resistência nacional moçambicana (Renamo) e, ainda no ano de 1977, o conflito armado e a guerra civil estavam instalados. Estima-se que morreram um milhão de moçambicanos e que foram desalojados cinco milhões. Foi demasiado duro para um país em que todos apostavam no progresso. A guerra terminou em 1992 por mediação internacional e em 1994 realizaram-se eleições gerais multipartidárias sob a supervisão das Nações Unidas.
A paz formal durou cerca de vinte anos, mas em 2013 o conflito armado reacendeu-se nas regiões norte e centro do país. Apesar das inúmeras negociações, tem sido difícil conseguir um novo acordo de paz que garanta a reconciliação nacional e um clima de confiança entre todos os moçambicanos.
Por isso, o anunciado encontro entre o Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que decorreu na Gorongosa, província de Sofala, foi um passo muito desejado pelos moçambicanos e pelos amigos de Moçambique, tendo sido aplaudido pelo diário moçambicano Notícias. Além de desejado, o encontro entre Nyusi e Dhlakama foi muito animador pois deixou as portas abertas ao diálogo, à paz e à reconciliação nacional.
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