O Estado Islâmico
do Iraque e do Levante, também conhecido por Isis e por Daesh, que em 2014 tinha
proclamado um califado e que durante alguns anos ocupou grandes áreas
territoriais da Síria e do Iraque, foi derrotado militarmente. Essa informação
foi veiculada por russos e americanos, iraquianos e iranianos, a partir do dia 17
de Outubro de 2017 quando, após cinco meses de intensos combates, a cidade
síria de Raqqa foi reconquistada pelas milícias curdas. Raqqa era a capital do
Daesh e como sempre sucede nestes conflitos, a perda da capital significa a derrota.
Porém, a
generalidade dos analistas considera que a derrota do Daesh não é o fim daquela
organização e pensa que nesta altura ela já se estará a preparar para estabelecer
uma rede global de terrorismo, provavelmente com base no Afeganistão.
O futuro do Daesh
é, por isso, uma incógnita. No entanto, sabe-se que muitos dos seus combatentes
estão a regressar aos seus países de origem acompanhados pelas suas famílias que
entretanto se tornaram altamente enfeudadas ao fundamentalismo islâmico e que, talvez, estejam
mobilizadas para a prática de actos terroristas. A capa do Courrier International é
expressiva, com uma família a caminhar trazendo por mochila uma granada de
mão. De acordo com um estudo publicado pelo semanário Le Point, desde 2014 terão partido
1700 franceses para o Iraque e para a Síria, dos quais 278 foram mortos, 690
ainda estarão na região, 302 já regressaram a França e 430 estarão em trânsito
para regressar a França.
A imprensa
francesa tem tratado regularmente este preocupante assunto, questiona-se sobre
o quadro legal aplicável e pergunta “quelle justice pour les
terroristes", analisando o seu “l’impossible
retour”. Sabe-se que alguns deles já terão conseguido apoios para reintegração
social e subsídios de desemprego, mas opinião pública francesa parece condenar esta
reintegração e estes casos de crime sem castigo. Devem ou não regressar? Quem os julgará? A França procura as respostas.
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