Os líderes das
potências mais envolvidas na guerra da Síria -
Vladimir Putin, Recep Erdogan e Hassan Rouhani - reuniram-se ontem em Ancara
para tentar encontrar pontos de convergência em relação aos seus
diferentes interesses regionais e para decidir quanto a uma solução para a
guerra, num encontro que assinala a derrota dos americanos e dos seus aliados
que tanto apoiaram a revolta contra Bashar al-Assad e, também, a afirmação dos
poderes russo, turco e iraniano naquela região do Médio Oriente.
O
combate ao Daesh era a prioridade de todos e foi bem sucedido, mas em relação a
Bashar al-Assad continua a haver muitas divergências, pelo que os interesses de
cada um dos países que se reuniram podem confrontar-se. A Rússia e o Irão
continuam a suportar o regime sírio que quer derrotar os rebeldes apoiados pela
Turquia, enquanto a mesma Turquia quer derrotar os curdos que são apoiados
pelos americanos. Todos estes interesses correm o risco de entrar em choque e,
por isso, os amigos (Rússia e Irão) e os inimigos (Turquia) de Bashar al-Assad sentaram-se
à mesma mesa, quase ressuscitando o encontro de Fevereiro de 1945 em Yalta, no
qual Roosevelt, Stalin e Churchill acordaram estratégias e zonas de influência.
Naturalmente, a Rússia domina e procura articular todos estes interesses entre
países que não se entendem, não só da Síria e do Irão, mas também da Turquia
que, apesar de ser membro da NATO, tem estreita cooperação com os russos que acabam
de construir e inaugurar uma poderosa
central nuclear na costa turca.
O jornal The Independent publicou a
fotografia de Putin, Erdogan e Rouhani que tem o simbolismo de mostrar quem manda naquela região e de
atestar que os americanos perderam a batalha da Síria.
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