A partir do
próximo domingo, dia 24 de Junho, as mulheres sauditas já poderão conduzir os
seus automóveis nas estradas da Arábia Saudita e esse será o aspecto mais
visível de uma nova política social iniciada por Muhammad bin Salman, o
poderoso príncipe herdeiro saudita de 32 anos de idade. N asua mais recente edição, a revista The
Economist dedica uma extensa reportagem a esta “revolução social
saudita”.
Os cinemas de
Riyadh abriram as suas portas e os homens já podem sentar-se ao lado das mulheres,
pode ouvir-se música nas ruas e as mulheres já frequentam os parques de
diversão onde conduzem carros eléctricos. O Comité para a Prevenção do Vício e
a Promoção da Virtude, perdeu o poder de impor a moralidade pública, embora
muitos religiosos islâmicos prevejam o aumento da imoralidade e condenem esta
medida liberalizadora com argumentos retrógrados como por exemplo o de que “as
mulheres só têm meio cérebro” ou que “a condução afecta os seus ovários”.
Há uma nova
geração rica e cosmopolita em torno do jovem príncipe herdeiro saudita que quer
a liberalização social e a transformação da sociedade, acabando com os códigos
islâmicos ultra-rigorosos, ao mesmo tempo que ambiciona a diversificação da sua
economia que é demasiado dependente do petróleo.
Os hábitos
islâmicos moderados dos seus vizinhos do Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos
e do Qatar são uma fonte inspiradora para os sauditas, porque não faz sentido poder
ir livremente ao cinema no Dubai e não poder ver cinema na Arábia Saudita, por
aí ser contra a vontade de um Deus que é exactamente o mesmo.
Nesta
liberalização saudita há um pormenor muito curioso, porque a promoção do
islamismo moderado está a aproximar a Arábia Saudita de Israel, o que está a
fazê-los passar de inimigos a aliados, o que até parece um paradoxo mas que
resulta do medo comum que naquela região todos têm do Irão.
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