O semanário Expresso
revelou na sua última edição que tinham sido encontrados na barra do Tejo e próximo
da Torre do Bugio, os restos de uma nau da Carreira da Índia, provavelmente de
finais do século XVI ou do início do século XVII. A importância arqueológica do achado justificou que a notícia tivesse sido manchete do semanário.
O achado foi
feito no passado dia 3 de Setembro por uma equipa de arqueólogos subaquáticos
da Câmara Municipal de Cascais, no âmbito dos trabalhos do Projeto Municipal da
Carta Arqueológica Subaquática do Litoral de Cascais (ProCASC) e, este caso, demonstra
como as autoridades locais podem ser importantes para a detecção, identificação
e preservação do nosso património histórico e cultural, sem estarem à espera da
acção do Estado central e da sua pesada movimentação.
Do que já se
apurou, os restos do navio estão espalhados por uma área de cem metros de
comprimento por cinquenta de largura em doze metros de profundidade e constam
de nove canhões em bronze com o escudo nacional ou com a esfera armilar, fragmentos
de pratos de porcelana chinesa da época Wanli, grãos de pimenta e partes do
casco.
O anúncio público
deste importante achado também serviu para elucidar a opinião pública quanto à
forma de tratar estes achados.
Refira-se que se
admite a ocorrência de cerca de 10 mil naufrágios na costa portuguesa desde o século
XVI e que a Câmara Municipal de Cascais já localizou 133 sítios arqueológicos que
remontam à época romana, bem como despojos de navios dos períodos moderno e
contemporâneo, num trabalho que já foi reconhecido pela Unesco.
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