A violência da
explosão que ontem devastou a zona portuária de Beirute foi captada em
impressionantes imagens que as televisões mostraram e que lembraram os ataques
atómicos feitos em Agosto de 1945 às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Quando hoje se evoca o 75º aniversário da bomba de Hiroshima, a tragédia de
Beirute serviu para que muitos países se unissem em solidariedade com o Líbano
e para que o mundo pudesse ver os horrores das grandes catástrofes, quer sejam
provocadas por acção do homem, quer resultem de causas naturais.
Porém, se os
fenómenos naturais – sismos, vulcões, furacões, inundações, tsunamis e outras fatalidades – raramente são previsíveis e não
dependem da intervenção humana, outro tanto não acontece, quer na guerra quer
na paz, com as catástrofes que resultam da actividade do homem, das suas acções
terroristas ou, ainda, dos seus erros e das suas negligências.
Numa rápida
análise podemos evocar algumas catástrofes mais recentes que foram atribuídas à
negligência do homem e, por vezes, associadas à sua ganância económica ou ao
desprezo pelas normas ambientais. Os exemplos porventura mais conhecidos serão
o desastre ocorrido em 1984 numa fábrica de pesticidas na cidade indiana de
Bhopal, o acidente ocorrido em 1986 com um reactor nuclear na cidade ucraniana
de Chernobyl ou, ainda, o rompimento das barragens brasileiras de Mariana em
2015 e do Brumadinho em 2019.
O desastre de
Beirute, ao que se sabe até agora, resultou da forma negligente como estavam
armazenadas nas instalações portuárias cerca de 2.750 toneladas de nitrato de
amónio, que explodiram. A explosão foi verdadeiramente arrepiante e os seus
efeitos foram devastadores. Espera-se que ao menos tenha servido para moderar as decisões dos mais poderosos líderes
mundiais no sentido de acabar com as guerras. Hoje, a imprensa mundial solidariza-se com o povo libanês e com os
habitantes de Beirute, que têm sido vítimas de tantas calamidades nos últimos
anos.
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