domingo, 29 de agosto de 2021

Atentado em Cabul e... a guerra continua

Os acordos de Doha que levaram à retirada estrangeira do Afeganistão, também permitiram a entrada dos Taliban em Cabul, o que provocou uma onda de pânico e levou muitos milhares de pessoas, sobretudo aquelas que durante cerca de vinte anos mais colaboraram com as forças americanas e da NATO, a correr para o aeroporto de Cabul na tentativa de abandonar o país. A situação tornou-se caótica, como mostraram muitas reportagens televisivas que chegaram até nós.
Durante as operações de retirada de civis estrangeiros e afegãos no aeroporto de Cabul, verificou-se na passada quinta-feira um duplo atentado suicida em que morreram pelo menos 180 pessoas, entre as quais 13 militares americanos, além de ter havido cerca de duas centenas de feridos.
Os vinte anos de guerra custaram a vida a 1.909 militares americanos em combate, mas este atentado foi um dos mais mortíferos ataques sofridos pelos Estados Unidos no Afeganistão e só dois acidentes com helicópteros, acontecidos em 2005 e 2011, tinham provocado mais vítimas. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico-Província de Khorosan, conhecido pela sigla Isis-K e os Estados Unidos não demoraram a retaliar, anunciando ter morto os principais responsáveis pelo atentado.
Este atentado veio mostrar que a instabilidade e a guerra no Afeganistão vão continuar e que os Estados Unidos também irão “continuar” a ter uma presença no país, agora contra o Isis-K e ao lado dos Taliban, o seu anterior inimigo. As voltas que o mundo dá...
Numa atitude de reconhecimento em que os Estados Unidos são exemplares, o jornal The New York Times presta hoje homenagem na sua primeira página aos militares mortos no aeroporto de Cabul.

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