O ano de 2021 que
recentemente nos deixou, foi marcado pela crise pandémica, pelo agravamento das
alterações climáticas e, em termos económicos, por uma alta da inflação em
quase todo o mundo. De entre os países mais desenvolvidos, a Argentina
destacou-se e registou uma das mais elevadas taxas de inflação mundiais ao
atingir 50,9 %, o que levou o diário El Dia, que se publica na cidade
argentina de La Plata, a anunciar que “la inflación anual volvió a pasar la
barrera del 50 %”, o que faz deste país que é rico em recursos, um caso
permanente de instabilidade económico-financeira.
Na lista das mais altas inflações
verificadas em 2021, depois da Argentina, aparecem a Turquia com 36,08 % e o
Brasil com 10,06 %. Com taxas de inflação tão elevadas, a política
anti-inflacionista nestes países vai necessariamente assentar na subida das
taxas de juro, o que representa uma quebra e uma maior selectividade no
investimento e uma desaceleração do crescimento económico, com reflexo no produto,
no emprego e na estabilidade social.
Porém, o problema
do aumento da inflação generalizou-se em 2021. Nos Estados Unidos a inflação
chegou aos 7 %, a mais alta em quase quarenta anos, na Espanha atingiu 6,5 %, na
Holanda 5,7 %, na Alemanha 5,2 % e na Zona Euro foi de 5 %. Neste quadro há que
realçar que a taxa de inflação média em Portugal foi de 1,3 %, conforme já foi
anunciado pelo INE.
Um caso a merecer destaque é o da Venezuela. Segundo
anunciou o seu Banco Central, em 2021 a inflação atingiu 684,4 %, embora desde
Setembro se tivesse verificado que a inflação se mantivesse na casa de um dígito,
representando esta evolução uma substancial melhoria em relação a 2020, quando
a inflação foi de 2.959,8 %.
Em quaisquer
circunstâncias, tendencialmente os próximos tempos vão ser mais difíceis e mais
sombrios, com o dinheiro mais caro e mais escasso, a desaceleração do
crescimento, a redução do investimento e do emprego.
Sem comentários:
Enviar um comentário