Celebrou-se hoje,
dia 8 de Outubro, o 90º aniversário da Indian Air Force, que foi criada em 1932
pelo governo colonial britânico. Os principais jornais indianos destacam o
acontecimento porque a Índia carece deste tipo de celebrações para reforçar a
unidade nacional de um país multiétnico, multicultural e multireligioso, onde são
faladas mais de trezentas línguas, das quais cerca de três dezenas são línguas
oficiais.
Daí que, a imprensa informe que a Índia tem a quarta maior Força Aérea
do mundo e descreva os seus feitos militares, em que aparece a Operação Vijay
que em 1961 anexou a Índia Portuguesa. No entanto, para além desse aspecto de
fazer convergir o país para a unidade nacional, a Índia tem ambições regionais
e, por isso, faz grandes investimentos militares para disputar a hegemonia
regional com o Paquistão, o seu rival estratégico e religioso que, tal como a Índia,
também é uma potência nuclear.
Tudo isso parece
ser normal. Porém, o que é mais surpreendente nestas comemorações é o anúncio
publicado na primeira página do jornal The Pioneer, um jornal centenário
com edições diárias em várias cidades indianas, em que a General Atomics Aeronautical (ga-asi.com), uma multinacional
americana com sede em San Diego, que parece dominar o mercado mundial de Remotely Piloted Aircraft, vulgarmente
conhecidos por drones, se anuncia à
Força Aérea Indiana através de publicidade paga. Já não se trata de vender
viagens turísticas ou de publicitar boeings,
mas apenas de vender sofisticado material de guerra. Era costume os americanos,
os russos, os franceses e outros produtores de armamento, aparecerem na Índia
para discretamente venderem os seus produtos. Ao menos, faziam isso discretamente. Agora a novidade é o anúncio de
armamento, o que parece mostrar quem são os interessados nas guerras.
Sem comentários:
Enviar um comentário