A cimeira extraordinária do Eurogrupo aprovou ontem um conjunto de medidas para travar a crise que ameaçava cada vez mais o euro e a própria União Europeia.
A imprensa europeia aplaude. Todos respiram de alívio porque, aparentemente, a Grécia foi salva da bancarrota, a Irlanda e Portugal aumentaram as hipóteses de sucesso dos seus programas de ajuda, a Espanha e a Itália viram os seus riscos de contágio atenuados e, finalmente, a coesão europeia e o euro saíram reforçados, pelo menos por alguns meses. A compreensão da situação pelo duo franco-alemão e a sua desistência de atitudes egoístas foram decisivas para ultrapassar a delicada situação.
A cimeira aprovou um novo pacote de ajuda para a Grécia com 109 mil milhões de euros, acordou a baixa dos juros a pagar pelos resgates financeiros da Grécia, Irlanda e Portugal e decidiu aumentar a maturidade desses empréstimos para 15 anos. Os líderes europeus terão percebido que a solução da crise das dívidas soberanas europeias passava pelo reforço e flexibilização do papel do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, tendo decidido nesse sentido e deixado no ar a ideia de um Fundo Monetário Europeu.
Mas o sucesso ou o insucesso desta cimeira vai ser determinado pela reacção interna nos Estados-membros, pelos resultados das políticas nacionais de ajustamento e, de uma forma mais imediata, pela reacção dos mercados nos próximos dias. Os primeiros sinais são muito positivos: os juros das dívidas públicas começaram a descer em todos os prazos, incluindo a tendência de agravamento dos juros da Espanha e Grécia – que era um problema quase tão preocupante como a dívida grega.
A confiança foi restabelecida, as cotações da Bolsa subiram e os Bancos estão agora menos expostos. Porém, a solução dos nossos problemas continua a passar pela redução do défice e pelo crescimento da economia, que cria emprego, que reforça a coesão social e permite pagar as dívidas.
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