No Verão de 2010 o MNAA apresentou em Lisboa a exposição “A Invenção da Glória. D. Afonso V e as Tapeçarias de Pastrana”, que teve mais de 40 mil visitantes e foi justamente considerada por muitos como "o acontecimento cultural do ano".
As chamadas Tapeçarias de Pastrana foram encomendadas por D. Afonso V - três delas representam a tomada de Arzila e a quarta representa a queda de Tânger. Foram produzidas nas oficinas flamengas de Tournai e têm, cada uma, 4 metros de altura por 10 metros de largura.
Em 1532, poucas décadas depois de terem sido feitas, as tapeçarias apareceram em Espanha no inventário dos bens dos duques do Infantado, que mais tarde as cederam à Colegiada de Pastrana (Igreja de Nossa Senhora da Assunção), onde ficaram desde então. Como foram lá parar, ninguém sabe.
As tapeçarias estavam abandonadas e muito danificadas, até que em 2009 foram restauradas e desintectizadas, num dispendioso processo conduzido pela fundação espanhola Carlos de Amberes. Depois foram exibidas em Bruxelas, Guadalajara, Madrid, Toledo e, pela primeira vez desde o século XVI, voltaram a Portugal e foram expostas no MNAA.
As tapeçarias voaram agora para os Estados Unidos e, desde há dois dias, estão expostas na National Gallery of Art em Washington. Em Janeiro de 2012 seguirão para Dallas, depois para San Diego e Indianápolis, onde terminam esta itinerância americana no início de 2013.
É um grande acontecimento cultural que vai mostrar às elites americanas o esplendor de Portugal em finais do século XV e, também, que Portugal é muito mais do que um problema financeiro. Como dizia o jornal Público, esta exposição é uma lembrança de que Portugal já teve o mundo na mão, mas também uma nota para os Estados Unidos: a glória é uma coisa efémera.
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