A imprensa internacional têm andado muito ocupada com os Jogos Olímpicos e com os feitos desportivos que vão sendo praticados em Londres. A temática olímpica tomou conta do espaço noticioso na generalidade dos países, celebrando-se as vitórias dos campeões com expressiva adjectivação e reproduzindo-se as suas fotografias nas piscinas, nas pistas e nos pódios. Praticamente não tem havido espaço para relatar outros acontecimentos internacionais e a crise do euro, a guerra no Afeganistão ou a situação síria parece terem caído no esquecimento.
Porém, a edição de hoje do The Washington Post não enfatiza o número de medalhas olímpicas ganhas pelos americanos, mas destaca o estado de guerra na Síria, que está cada vez mais violento. O jornal publica em primeira página uma fotografia de um combatente anti-regime e informa sobre a violência dos confrontos que se travam na cidade de Alepo. Os apoiantes de Bashar al-Assad exigem uma vitória decisiva para aniquilar a rebelião nas ruas de Alepo para evitar que a guerra alastre e chegue a Damasco. A oposição esperava mais ajuda dos Estados Unidos. Naturalmente, como sempre acontece nestas situações, o grande sofredor é o povo.
Entretanto, os apoios internacionais explícitos de ambas as partes mostram que é muito elevado o risco de internacionalização do conflito, sobretudo depois de ter sido frustrada a missão mediadora de Kofi Annan. A Rússia e a China mantém o apoio ao regime de Bashar al-Assad, enquanto o Irão denuncia o que afirma ser uma conspiração contra a Síria, apoiada pela Arábia Saudita, pelo Qatar e pela Turquia. Quando o The Washington Post se torna o porta-voz dos rebeldes e sugere a fixação de uma zona de exclusão aérea e o fornecimento de armas pesadas, não é mais do que uma pressão indirecta sobre os aliados europeus que no ano passado se envolveram na Líbia. Porém, agora as circunstâncias são outras e o puzzle é bem mais complexo.
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