No ano passado, quando a Espanha já estava
mergulhada numa crise económica de enorme dimensão, a sua opinião pública soube
que o Rei Juan Carlos tinha viajado para o Botsuana para participar numa
dispendiosa caçada aos elefantes, durante a qual partiu uma anca, pelo que veio
mais tarde a pedir desculpa aos espanhóis. Porém, os problemas de saúde do Rei continuaram
e isso fez cair a sua popularidade nos últimos meses, que se acentuou à medida
que se iam conhecendo os pormenores do processo judicial que envolve o seu
genro Iñaki Urdangarin e, mais recentemente, também a infanta Cristina, sua
filha. Com todos estes casos e a divulgação de alguns escândalos na Família
Real, verdadeiros ou falsos, a popularidade do Rei tem caído continuamente e, de
acordo com uma sondagem publicada recentemente pelo El País, verifica-se que 53%
dos inquiridos desaprovam a forma como o Rei exerce as suas funções.
Neste
contexto, as celebrações do 14 de Abril tiveram este ano uma participação mais
significativa do que antes. Todos os anos, nesse dia, os republicanos celebram o início da
Segunda República em 1931, que terminou oito anos mais tarde com a vitória do
general Franco na guerra civil espanhola. No passado domingo, mais de oito mil
manifestantes desfilaram no centro de Madrid agitando centenas de
bandeiras republicanas, para comemorar os 82 anos da II República e para exigir
o advento da terceira, num país em que o regime monárquico está cada dia mais manchado por
escândalos e a perder popularidade. Daí a crescente contestação
dos nostálgicos, como lhes chama o jornal madrileno La Gaceta.
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