Segundo revelou o
jornal i na sua edição de ontem, o
governo grego vai recorrer aos tribunais internacionais para exigir à Alemanha
que pague o que ainda lhe deve, a título de reparações de guerra, pela ocupação
do seu território pelas tropas nazis entre 1941 e 1944, durante a Segunda
Guerra Mundial, e que se estima tenha causado cerca de 300 mil mortes. O jornal
informa que “69 anos depois da saída das tropas de Hitler do país”, a Grécia
mostra-se disposta a ir até às últimas consequências para reaver a indemnização
de guerra a que tem direito e que nunca foi paga na totalidade, acrescida de
juros de mora. Essa indemnização, que a Alemanha ainda deve à Grécia, está
calculada em mais de 162 mil milhões de euros.
O todo poderoso Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, já
avisou os gregos da inconveniência de trazerem esse assunto à discussão
pública, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros grego, também já avisou que os
gregos não vão esquecer o passado e que serão, em última instância, os tribunais
internacionais a decidir. Ora, o ministro Schauble – que parece ser o tutor do
nosso gaspar - foi o tal que disse que as críticas à Alemanha se deviam à
inveja, o que originou que o acusassem de acordar fantasmas.
Este caso é uma curiosidade pouco conhecida da História da Europa, mas mostra
claramente a forma como a Alemanha tem procurado impor-se no espaço europeu, em
clara violação do princípio da igualdade dos Estados-membros, da prosperidade
partilhada e da solidariedade comunitária, usando dois pesos e duas medidas,
isto é, não cumpre as suas obrigações para com alguns países e, sem qualquer
contemplação, exige aos outros que cumpram rigorosamente as suas dívidas com
juros especulativos.
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