quarta-feira, 17 de abril de 2013

A transparência dos ministros franceses



O governo francês acaba de tomar medidas para a transparência financeira dos responsáveis políticos, na sequência do caso Cahuzac, o ministro que mentiu ao declarar que não tinha contas bancárias no estrangeiro e que, dessa maneira, afectou a credibilidade do governo e dos governantes franceses. Esta medida foi, segundo o Libération – o jornal criado em 1968 por Jean-Paul Sartre - o fim do tabu, que até agora protegia a total opacidade do património dos governantes. 
A moralização da vida política passa, entre outras coisas, pela transparência, isto é, a atitude de mostrar as pessoas e as instituições como elas são, sem ocultar os traços da sua personalidade, o seu modo de vida ou o seu património. Por isso, um dos aspectos essenciais da credibilidade dos agentes políticos e dos governantes passa pela divulgação do seu património. É sabido como os agentes políticos investidos em funções têm poder para determinar aquisições, para fazer ajustes directos, para favorecer clientelas e para distorcer concursos, podendo daí retirar benefícios de ordem diversa, designadamente o recebimento de prendas ou de “luvas”, na linha de um comportamento ganancioso, corrupto e de servilismo ao dinheiro. A transparência total ou parcial é um princípio já prevalecente nos países europeus e a França era uma excepção. A partir de agora é possível conhecer detalhadamente o património dos 38 ministros franceses, as suas casas, os seus carros, barcos ou aviões, as suas acções e depósitos bancários. Por cá também é assim mas, aparentemente, a lei não é cumprida.

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