A Europa foi sempre um mosaico de povos, de culturas e de
línguas que, ao longo do processo histórico, se confrontaram ou se aculturaram,
dando origem a uma enorme variedade de nações e línguas nacionais. A França é um exemplo dessa evolução, pois no território
francês viveram (e vivem) povos com línguas e dialectos distintos, como sucede
com o bretão, o occitano, o provençal, o corso, o basco, o catalão, o
baixo-alemão e alguns mais. Com o tempo, o dialeto da região de Paris
– o franciano – acabou por suplantar
os outros dialetos e transformou-se na base da língua oficial da França, num
processo semelhante ao que sucedeu em Espanha com o castelhano, que se transformou na língua espanhola. A unificação
linguística acentuou-se em França com o Decreto de Villers-Cotterêts de 1539,
com o qual o Rei Francisco
impôs o francês como a língua oficial da Corte e dos procedimentos
administrativos, em vez do latim que era usado até
então.
O francês impôs-se
mundialmente e é a língua oficial de três dezenas de países de vários
continentes e, na Europa, é falado na Bélgica, Suíça, Luxemburgo e Mónaco. Porém, quando o fenómeno
da globalização se acentua e tende a unificar padrões culturais, comportamentos
e línguas, está a verificar-se um interesse renovado pelas línguas regionais da
França, algumas das quais a UNESCO classifica como línguas em extinção. O jornal La Croix trata hoje desse problema e revela que o governo francês aposta e apoia a promoção
dessas línguas e que o número de escolas bilingues está a aumentar, sobretudo na
Bretanha e na Córsega, mas também na Alsácia e no País Basco francês. Contudo, este
interesse pelas línguas regionais não parece estar associado a movimentos
separatistas.
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