Foram hoje
levantadas as restrições que vigoravam em nove países comunitários e que
impediam que romenos e búlgaros pudessem livremente circular e trabalhar na
União Europeia, de que são membros desde 2007. O fim destas restrições está a
causar alguma preocupação no Reino Unido e na Alemanha, para onde se espera
larga movimentação de emigrantes provenientes daqueles dois países que,
conjuntamente, têm cerca de 29 milhões de habitantes. No Reino Unido há quem
fale em “invasão” e, de facto, o problema é muito complexo, como revela hoje o The Daily Telegraph, num artigo
intitulado “Passport to UK for Europe’s poorest”.
A Roménia e a Bulgária estão situados no sudeste da Europa, onde as fronteiras
nacionais mudaram várias vezes ao longo dos séculos. Desse processo histórico resultaram laços muito íntimos entre os países daquela região e,
sobretudo, um conceito de nacionalidade muito abrangente. Assim, como cidadãos
comunitários, os romenos e os búlgaros têm o direito a circular na Europa e a
ter emprego no Reino Unido, ou noutro qualquer país da União Europeia. Porém, os moldavos
(porque são quase romenos) e os macedónios (porque são quase búlgaros) também
sentem esse direito, enquanto pelas mesmas razões históricas, também há muitos sérvios, ucranianos e turcos que entendem ser elegíveis para
possuir passaportes que lhes permitam trabalhar em qualquer parte da União
Europeia. Como noticia o jornal inglês, a estação ferroviária internacional de
Sofia já tem mais movimento de gente que foge à pobreza e que tudo arrisca, mas
aos pedidos de passaporte dos romenos e dos búlgaros, vão juntar-se os pedidos dos
cidadãos dos países vizinhos que têm ou reivindicam ter nacionalidade romena ou
búlgara. Mais um problema para a Europa ou não?
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