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Depois de 134
dias de cerco, a cidade curda síria de Kobani, situada na fronteira com a
Turquia, foi libertada pelas forças curdas do YPG - as unidades de defesa do
Partido da União Democrática (PYD) que é o principal partido curdo da Síria - que
resistiram aos jihadistas com a ajuda
dos peshmerga (forças iraquianas
curdas) e dos ataques aéreos da coligação internacional liderada pelos Estados
Unidos.
Os quatro meses
de combates levaram ao abandono da cidade pelos seus 50 mil habitantes e
deixaram a malha urbana completamente arrasada e sem água, electricidade ou
mantimentos, mas livre dos jihadistas
que abandonaram a cidade e que são agora perseguidos pelos arredores.
Kobani
tornou-se o símbolo da resistência ao movimento jihadista e esta vitória já é considerada um enorme revés para as
forças do Estado Islâmico, mas também a sua primeira grande derrota na campanha
militar visando a expansão do seu autoproclamado califado. Essas forças terão perdido cerca de mil
combatentes e grande quantidade de material de guerra mas, sobretudo, perderam a
reputação que pretendiam criar de absoluta invencibilidade e de não poderem ser travados
por ninguém.
O jornal
independentista catalão ara que se publica em Barcelona, foi
um dos raros órgãos de comunicação que hoje destacou esta notícia e compara a
resistência de Kobani à resistência de Stalinegrado em 1942-1943 e de Sarajevo
em 1992-1996.
Porém, a libertação de Kobani não é apenas uma derrota para a jihad, mas é também uma significativa vitória para a nação curda. Certamente, esta
vitória vai estimular o nacionalismo curdo e recolocar em cima do futuro
tabuleiro negocial, a aspiração de reunir numa só pátria e num só território
nacional os 28 milhões de curdos hoje dispersos sobretudo pela Turquia, mas
também pelo Iraque, Irão, Síria, Arménia e Azerbeijão.
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