Ontem celebrou-se
o 70º aniversário da captura de Berlim pelas tropas soviéticas e polacas e a
rendição incondicional da Alemanha, quando os exércitos aliados também já
tinham penetrado no território alemão. A efeméride foi comemorada em diversas
capitais e, em Londres, teve a presença dos seus líderes políticos, respectivamente
David Cameron (Primeiro-ministro e líder dos Conservadores), Nick Clegg (líder
dos Liberais Democratas que ainda está coligado com os Conservadores) e Ed
Miliband (líder dos Trabalhistas).
Na véspera
tinham-se realizado as eleições legislativas no Reino Unido e os resultados
surpreenderam a opinião pública, os analistas e até as próprias sondagens. Os
Conservadores obtiveram 36,9% dos votos mas elegeram 331 deputados, o que lhes
dá a maioria absoluta e torna dispensável a aliança que têm mantido com os Liberais
Democratas que apenas elegeram 8 deputados, enquanto os Trabalhistas obtiveram
30,4% dos votos, o que só lhes garantiu 232 deputados.
Entre as diversas
consequências destas eleições está o facto do Partido Nacional Escocês ter eleito
56 deputados nas 59 circunscrições eleitorais escocesas, o que de certa forma
reabre a questão da independência da Escócia, mas também o facto de David
Cameron ter prometido para 2017 um referendo sobre a permanência do Reino Unido
na União Europeia, isto, os britânicos ficaram com duas enormes “bombas” que ameaçam explodir.
Uma outra consequência
destas eleições foi a demissão dos grandes derrotados do dia 7, respectivamente
Ed Miliband e de Nick Clegg. Porém, no dia seguinte, numa postura democrática
que no nosso país seria improvável, eles estiveram lado a lado com David Cameron, nas cerimónias da
celebração do fim da guerra na Europa. A fotografia que ilustra a edição de hoje do
The
Times regista esse acontecimento e simboliza o elevado valor da Democracia
no Reino Unido.
Era bem bom que aqui também se vivesse uma Democracia como
estas.
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