No mesmo dia em
que os britânicos votaram no referendo sobre a sua saída ou permanência na
União Europeia, foi assinado em Havana um acordo de cessar-fogo bilateral e
definitivo entre o governo da Colômbia e o comando das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a
guerrilha que conduziu uma insurreição contra a autoridade do Estado colombiano
durante mais de meio século. O acordo foi assinado pelo Presidente da Colômbia,
Juan Manuel Santos, e por Timoleón Jiménez (ou Timochenko), o comandante das
FARC, numa cerimónia a que estiveram presentes o secretário-geral das Nações
Unidas, mas também quase todos os chefes de Estado da América Latina e
representantes dos Estados Unidos e da União Europeia. Como anfitrião esteve Raúl de Castro, a simbolizar a nova imagem de Cuba e, para trás, ficaram 52
anos de guerra, mais de 260 mil mortos e desaparecidos e cerca de 6,6 milhões
de refugiados dentro do seu próprio país.
O acordo resultou de quatro anos de
negociações em Havana, sob a mediação de Cuba e da Noruega, havendo agora um
período de 180 dias para implementar no terreno as cláusulas do acordo de paz.
Segundo as notícias divulgadas, os colombianos festejaram este acordo em
ambiente de enorme euforia e, na realidade, o caso não é para menos, tendo-se até esquecido que
nesse mesmo dia a sua selecção nacional de futebol perdeu com o Chile por 2-0 e
falhou o acesso à final da Copa América de 2016.
Porém, no meio da avalanche mundial
de notícias dos últimos dias, esta grande notícia que foi o fim de 52 anos de guerra e o regresso da paz à Colômbia quase não teve
divulgação fora do país.
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