Nos tempos em que
vivemos há grande interdependência entre os países, daí resultando a boa
cooperação mas também algumas rivalidades e choques de interesses políticos,
económicos e religiosos, que se traduzem em frequentes tensões no plano
internacional. A política externa dos países está, portanto, com um nível alto
de atenção e sucedem-se cimeiras e reuniões para resolver os inúmeros
contenciosos que hoje atormentam o mundo.
A política
externa de um país visa a defesa dos chamados interesses nacionais, sejam da
paz ou da guerra, do comércio externo, da promoção cultural ou da defesa dos
seus nacionais residindo fora do país. Os seus instrumentos de actuação passam
pela diplomacia e incluem embaixadas, consulados e centros culturais, mas
também outras formas de representação, onde até se incluem visitas de Estado,
delegações desportivas, missões militares e visitas de navios, entre outras.
No século XIX muitos
países adoptaram a política ou a
diplomacia da canhoneira, em que se procuravam resultados políticos e
submissões de povos através da exibição de poder militar e, sobretudo, pela
apresentação das canhoneiras nas costas ou nos rios do território a dominar. A ocupação
dos territórios africanos pelos europeus ao longo da segunda metade do século
XIX, com as canhoneiras a disparar sobre as margens dos rios, tornou-se a
imagem de marca da política ou diplomacia da canhoneira.
Passou mais de um
século e a edição de hoje do The Scotsman veio relembrar a gunboat diplomacy, agora com os
porta-aviões em vez de canhoneiras. Agora já não se dispara para as margens a
impor respeito às populações, mas exibem-se os porta-aviões e os seus aviões para
impressionar e mostrar o poder de cada um aos outros poderes. De facto, há notícias de porta-aviões americanos,
russos e franceses no Mediterrâneo Oriental e no Golfo Pérsico, mas também de
outros países, o que provavelmente não facilita a chegada da paz àquelas regiões.
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