O jornal Faro
de Vigo destaca hoje na sua primeira página que o governo britânico
encomendou cinco novos navios-patrulha militares para, após o Brexit, impedirem
o acesso às áreas de pesca situadas dentro da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE)
de 200 milhas
aos navios estrangeiros que não aceitem as suas exigências, em especial no Gran
Sol, situado a oeste das Ilhas Britânicas, e nas Ilhas Falklands, localizadas
no Atlântico Sul.
O jornal publica uma ilustração que é uma antevisão daquela frota
específica que irá constituir um “muro militar da Royal Navy” e, segundo refere,
serão navios de 90 metros
de comprimento a guarnecer por 70 tripulantes, que disporão de um helicóptero e
de drones, estando o seu custo orçamentado em 400 milhões de euros. Significa que, os
britânicos se antecipam e que preparam a protecção no mar dos seus interesses
nacionais. A História diz-nos que eles sempre foram assim.
A notícia é
curiosa e os galegos parecem assustados e o caso não é para menos, porque nas áreas consideradas pelas
autoridades britânicas operam cerca de 140 unidades da sua frota pesqueira.
No
entanto, a notícia também é muito interessante para Portugal, porque tem uma
ZEE com cerca de 1,7 milhões de quilómetros quadrados, que é a 3ª maior da União
Europeia e a 11ª do mundo, tendo requerido às Nações Unidas a extensão da sua
plataforma continental. A discussão da proposta portuguesa teve início no
passado mês de Agosto e, se vier a ser aprovada, poderá duplicar a área da nossa actual
ZEE e dar direitos acrescidos sobre os recursos existentes.
Todos dizem que é um assunto muito importante, mas é caso para perguntar que meios temos actualmente para proteger a nossa
ZEE e a sua futura extensão, mas também que estudos estão feitos no sentido de
sustentar uma decisão política sobre este assunto. Há alguém que na nossa esfera política se interesse por estas coisas?
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