terça-feira, 19 de dezembro de 2017

A protecção no mar do interesse nacional

O jornal Faro de Vigo destaca hoje na sua primeira página que o governo britânico encomendou cinco novos navios-patrulha militares para, após o Brexit, impedirem o acesso às áreas de pesca situadas dentro da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE) de 200 milhas aos navios estrangeiros que não aceitem as suas exigências, em especial no Gran Sol, situado a oeste das Ilhas Britânicas, e nas Ilhas Falklands, localizadas no Atlântico Sul.
O jornal publica uma ilustração que é uma antevisão daquela frota específica que irá constituir um “muro militar da Royal Navy” e, segundo refere, serão navios de 90 metros de comprimento a guarnecer por 70 tripulantes, que disporão de um helicóptero e de drones, estando o seu custo orçamentado em 400 milhões de euros. Significa que, os britânicos se antecipam e que preparam a protecção no mar dos seus interesses nacionais. A História diz-nos que eles sempre foram assim.
A notícia é curiosa e os galegos parecem assustados e o caso não é para menos, porque nas áreas consideradas pelas autoridades britânicas operam cerca de 140 unidades da sua frota pesqueira.
No entanto, a notícia também é muito interessante para Portugal, porque tem uma ZEE com cerca de 1,7 milhões de quilómetros quadrados, que é a 3ª maior da União Europeia e a 11ª do mundo, tendo requerido às Nações Unidas a extensão da sua plataforma continental. A discussão da proposta portuguesa teve início no passado mês de Agosto e, se vier a ser aprovada, poderá duplicar a área da nossa actual ZEE e dar direitos acrescidos sobre os recursos existentes. 
Todos dizem que é um assunto muito importante, mas é caso para perguntar que meios temos actualmente para proteger a nossa ZEE e a sua futura extensão, mas também que estudos estão feitos no sentido de sustentar uma decisão política sobre este assunto. Há alguém que na nossa esfera política se interesse por estas coisas?

Sem comentários:

Enviar um comentário