domingo, 11 de fevereiro de 2018

O diálogo pode acontecer nas Coreias

A abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang permitiu que as delegações das duas Coreias desfilassem juntas e sob a mesma bandeira, mas também proporcionou o encontro entre Moon Jae-in, o Presidente da Coreia do Sul, e Kim Yo-jong, a irmã de Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte. Na sua edição de hoje o jornal londrino The Independent destaca esse encontro e pergunta em título de primeira página se os sorrisos podem aliviar as tensões entre as duas Coreias.
Durante esse encontro, a senhora Kim Yo-jong convidou formalmente o presidente Moon Jae-in a visitar a Coreia do Norte e terá dito que deseja vê-lo em Pyongyang num futuro próximo, acrescentando que a troca de pontos de vista entre os dois presidentes pode melhorar as difíceis relações do passado. Trata-se, sem dúvida, de uma iniciativa positiva no sentido do desanuviamento da tensão na península coreana.
Acontece que, nesta altura, o vice-presidente americano Mike Pence está em PyeongChang e que até esteve a poucos metros da senhora Kim Yo-jong, sem se terem cumprimentado. Não sei se queriam ou se podiam cumprimentar-se, mas teria sido útil que o fizessem. Em vez disso, Mike Pence, preferiu alimentar a tensão e fazer uma declaração em que reafirmou que a Coreia do Sul e os Estados Unidos estão unidos perante a ameaça de Kim Jong-un.
Se Pence soubesse como aconteceu a aproximação de Richard Nixon à China depois de 25 anos sem qualquer contacto comercial ou relação diplomática, teria actuado de outra maneira. Nixon visitou a China em 1972 e classificou essa visita como "a semana que mudou o mundo", mas a parceria Trump-Pence parece que quer manter alta a tensão no mundo e preferir que as Coreias não se entendam.

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