A abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang permitiu que
as delegações das duas Coreias desfilassem juntas e sob a mesma bandeira, mas
também proporcionou o encontro entre Moon Jae-in, o Presidente da Coreia do Sul, e Kim Yo-jong, a irmã de Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte. Na sua
edição de hoje o jornal londrino The Independent destaca esse
encontro e pergunta em título de primeira página se os sorrisos podem aliviar
as tensões entre as duas Coreias.
Durante esse encontro, a senhora Kim Yo-jong convidou formalmente o
presidente Moon Jae-in a visitar a Coreia do
Norte e
terá dito que deseja vê-lo em Pyongyang num futuro próximo, acrescentando que a
troca de pontos de vista entre os dois presidentes pode melhorar as difíceis
relações do passado. Trata-se, sem dúvida, de uma iniciativa positiva no
sentido do desanuviamento da tensão na península coreana.
Acontece que,
nesta altura, o vice-presidente americano Mike Pence está em PyeongChang e que até esteve a poucos metros da senhora Kim Yo-jong, sem
se terem cumprimentado. Não sei se queriam ou se podiam cumprimentar-se, mas
teria sido útil que o fizessem. Em vez disso, Mike Pence, preferiu alimentar a
tensão e fazer uma declaração em que reafirmou que a Coreia do Sul e os Estados
Unidos estão unidos perante a ameaça de Kim Jong-un.
Se Pence soubesse como aconteceu a aproximação de Richard Nixon à China
depois de 25 anos sem qualquer contacto comercial ou relação diplomática, teria
actuado de outra maneira. Nixon visitou a China em 1972 e classificou essa
visita como "a semana que mudou o mundo",
mas a parceria Trump-Pence parece que quer manter alta a tensão no mundo e
preferir que as Coreias não se entendam.
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