A Euskadi Ta Askatasuna, mais conhecida
pela sigla ETA, que lutou durante cerca de seis dezenas de anos pela
independência do País Basco, anunciou ontem a sua dissolução definitiva e muita
gente respirou de alívio, embora a generalidade da imprensa e dos partidos
políticos critique o comunicado de dissolução por esquecer as vítimas.
A ETA nasceu em
1959 como uma organização de defesa da cultura basca, mas alguns anos depois
tinha evoluido para uma organização paramilitar separatista que pegou em armas
para conquistar a independência de uma região histórica cujo território se
distribui entre a Espanha e França.
Ontem em Genebra e
perante “diferentes personalidades”, dois históricos militantes da ETA – Josu
Urrutikoetxea ou ‘Josu Ternera’ e Soledad Iparraguirre ‘Anboto’ leram uma
“Declaración final de ETA al Pueblo Vasco”, em castelhano, basco e francês, em que
a organização socialista revolucionária basca de libertação nacional informou o
fim da sua trajectória política e militar e o total desmantelamento de todas as
suas estruturas. Para trás ficaram 853 mortos e mais 6.389 feridos pelas acções
da ETA, além das vítimas associadas aos 79 sequestros praticados pela organização.
Porém, os
“sobreviventes” da ETA prometem continuar a sua luta pelo ideal da
independência do País Basco, em termos semelhantes ao que está a acontecer com
“el procés” na Catalunha, mas existe a convicção de que depois de seis décadas
de perturbação e de terrorismo, ninguém vai querer ouvir falar desta gente
durante muitos anos. Aliás, os títulos dos jornais espanhóis são unânimes na
condenação do triste final da ETA, que foi derrotada e que enegreceu ainda mais
o seu historial, mostrando uma enorme frieza e falta de vergonha ao ignorar as suas vítimas, como
denuncia El Diário Vasco de Bilbau.
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