Muitos
portugueses viajam para Cuba e parece que os hotéis e as praias da estância
balnear de Varadero são os locais por eles mais desejados. Porém, a edição do Granma,
o órgão oficial do comité central do Partido Comunista de Cuba, deu ontem
grande destaque à visita oficial de António Guterres, o português que ocupa o
cargo de Secretário-geral das Nações Unidas. Não é costume que as visitas de
Guterres sejam notícia de primeira página nos jornais e por isso aqui a destacamos.
Ao contrário dos
habituais turistas portugueses, Guterres apenas esteve em Havana no âmbito das sessões da
Comissão Económica para a América Latina e Caribe das Nações Unidas, tendo sido
recebido por Miguel Díaz-Canel, o novo presidente do Conselho de Estado que,
como foi muito repetido, não tem no seu nome o habitual apelido Castro. Segundo
refere o Granma, os dois homens falaram sobre paz e segurança
internacionais e sobre alterações climáticas, mas certamente que Guterres
incentivou Díaz-Canel a abrir-se à democracia e ao mundo, encorajando-o no caminho
das reformas que os novos tempos reclamam para Cuba.
Durante a sua
estadia em Havana, Guterres visitou a Old
Havana and its Fortification System, que desde 1982 está inscrita na
Lista do Património Mundial da Unesco e mostrou-se impressionado com a sua boa
conservação, tendo felicitado os homens e as mulheres que trabalharam no seu restauro
com grande rigor histórico e declarado que tendo conhecido a cidade há vinte
anos, não podia imaginar que perante as dificuldades económicas e o bloqueio, fosse
possível fazer tão importante trabalho de recuperação.
Quem sabe se Guterres conseguiu ou não dar um contributo para a "desfossilização" do regime cubano que dura há sessenta anos?
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