Diversos jornais mundiais publicaram ontem a mesma fotografia de Vladimir
Putin a desfilar numa passadeira vermelha após tomar posse como Presidente da
Rússia,
naquele que é, segundo a lei russa em vigor, o seu 4º
mandato e
último mandato presidencial. Um desses jornais
foi o The Wall Street Journal, a revelar como a presidência russa é
muito importante para os Estados Unidos.
Vladimir Putin
foi reeleito nas eleições do passado dia 18 de Março em que obteve 76,69% dos
votos e decidiu que a sua investidura tivesse pompa e circunstância, pelo que
na respectiva cerimónia estiveram cerca de cinco
mil convidados. O reeleito presidente deslocou-se numa limousine de fabrico russo para
mostrar ao país a modernidade da sua indústria automóvel e no seu discurso
comparou a Rússia à Fénix que renasce das cinzas, prometendo melhorar a
qualidade de vida dos russos e, à maneira de Donald Trump, também afirmou a sua
vontade de tornar a Rússia grande outra vez.
Vladimir Putin encarna o desejo russo de resgatar a humilhação que foi a
implosão da União Soviética e a incapacidade russa para a evitar, mas também
simboliza a perseverança russa para ultrapassar os ciclos de provação que a sua
milenar história regista, de que são exemplos a resistência de Moscovo às tropas de
Napoleão e de Estalinegrado aos tanques de Hitler.
É sabido que os valores democráticos de Putin são demasiado musculados e
que a oposição sofre, mas o facto é que o “novo czar” elevou a respeitabilidade
da Rússia, pela forma muito coerente como tem actuado nos
diferentes tabuleiros internacionais, o que não tem acontecido com os seus rivais americanos e
europeus.
No entanto, as legítimas vontades de Putin e de Trump de tornarem os
seus países grandes outra vez, não podem conduzir a qualquer escalada de tensão
mundial ou ao retorno da guerra fria e, nessa matéria, os europeus têm que pensar pela sua própria cabeça.
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