Os portugueses
instalaram-se na península de Macau em meados do século XVI e desde então
começou a afirmar-se uma língua crioula de base portuguesa, influenciada pelas
línguas chinesas, malaias e cingalesas, mas também de inglês, do tailandês, do
japonês e de algumas línguas indianas. Essa língua é conhecida como o Patuá macaense, outras vezes como o Papia Cristam di Macau e outras, ainda,
como Doci Papiaçam di Macau.
Ao longo do
século XX, com o aparecimento de novos meios de comunicação, o Patuá deixou de ser uma língua corrente,
entrou em vias de extinção e era conhecido apenas por um número cada vez menor
de macaenses. Até que em 1993 surgiu uma associação cultural com o objectivo
expresso de salvar e divulgar essa língua crioula, enquanto símbolo identitário,
histórico e cultural de Macau. Essa associação é o Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau, fundado e dinamizado pelo advogado
macaense Miguel de Senna Fernandes, que o jornal Tribuna de Macau destaca
na sua última edição.
O Dóci Papiaçám di Macau, tal como outros
grupos e associações culturais macaenses, tem procurado proteger o Patuá macaense, apresentando peças
teatrais e músicas em Patuá,
publicando um Dicionário Português-Patuá e mantendo o objectivo de incluir o Patuá na Lista do Património Oral e
Imaterial da Humanidade da Unesco.
O grupo celebra
agora 25 anos de vida e a sua actividade é considerada uma referência da
cultura macaense por ter feito renascer o interesse pelo Patuá e por agregar pessoas de etnias, classes sociais, idades e
sensibilidades diversas, o que de certa forma representa a identidade do
território de Macau, isto é, “um lugar comum a muitas pessoas diferentes”.
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