quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Macau procura preservar a língua patuá

Os portugueses instalaram-se na península de Macau em meados do século XVI e desde então começou a afirmar-se uma língua crioula de base portuguesa, influenciada pelas línguas chinesas, malaias e cingalesas, mas também de inglês, do tailandês, do japonês e de algumas línguas indianas. Essa língua é conhecida como o Patuá macaense, outras vezes como o Papia Cristam di Macau e outras, ainda, como Doci Papiaçam di Macau.
Ao longo do século XX, com o aparecimento de novos meios de comunicação, o Patuá deixou de ser uma língua corrente, entrou em vias de extinção e era conhecido apenas por um número cada vez menor de macaenses. Até que em 1993 surgiu uma associação cultural com o objectivo expresso de salvar e divulgar essa língua crioula, enquanto símbolo identitário, histórico e cultural de Macau. Essa associação é o Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau, fundado e dinamizado pelo advogado macaense Miguel de Senna Fernandes, que o jornal Tribuna de Macau destaca na sua última edição.
O Dóci Papiaçám di Macau, tal como outros grupos e associações culturais macaenses, tem procurado proteger o Patuá macaense, apresentando peças teatrais e músicas em Patuá, publicando um Dicionário Português-Patuá e mantendo o objectivo de incluir o Patuá na Lista do Património Oral e Imaterial da Humanidade da Unesco.
O grupo celebra agora 25 anos de vida e a sua actividade é considerada uma referência da cultura macaense por ter feito renascer o interesse pelo Patuá e por agregar pessoas de etnias, classes sociais, idades e sensibilidades diversas, o que de certa forma representa a identidade do território de Macau, isto é, “um lugar comum a muitas pessoas diferentes”.

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