Começa hoje em
Madrid o julgamento de 12 dirigentes independentistas
catalães acusados de estarem envolvidos na tentativa de secessão da Catalunha, quando
organizaram um referendo sobre a independência daquela região autónoma
espanhola e, pela voz de Carles Puigdemont, proclamaram a independência no dia
27 de Outubro de 2017, embora a tenham suspendido de imediato.
O julgamento
que o Supremo Tribunal vai hoje iniciar era desejado por Mariano Rajoy, o
anterior chefe do governo espanhol, que imaginava que ele serviria para acabar
com o independentismo, mas não é certamente desejado por Pedro Sánchez, o
actual chefe do governo, que tem adoptado uma estratégia diferente de Rajoy
para enfrentar o problema catalão e que, ao contrário do seu antecessor, tem sido
dialogante. Porém, nos últimos dias realizaram-se grandes manifestações pela
unidade nacional em todo o país e contra as alegadas cedências que Pedro Sánchez tem
feito aos independentistas, a mostrar que as tensões e os problemas entre
Madrid e Barcelona continuam vivos.
Entretanto, o Ministério Público pediu penas que vão até aos 25 anos de
prisão contra os acusados, por alegados delitos de rebelião, sedição, desvio de
fundos e desobediência. A figura principal do procés, nome que designa o processo independentista e a tentativa
de proclamação de uma república catalã que ninguém no exterior apoia, é o
ex-presidente do governo catalão Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica e
já foi julgado na Alemanha e que, naturalmente, será o grande ausente.
Hoje toda a
imprensa espanhola, a começar pelo El País, destaca o julgamento que se
espera demore três meses e que vai certamente constituir um acontecimento
histórico para o futuro da Espanha, enquanto elo de união entre 17 comunidades
autónomas.
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