terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Os submarinos na estratégia da Austrália

A edição de hoje do jornal francês Le Télégramme ilustra a sua primeira página com a fotografia de um submarino a propósito de um contrato assinado entre Paris e Camberra, que prevê a construção pelo Naval Group francês (ex-DCNS) de doze submarinos da última geração destinados à Marinha australiana e que custarão 31,4 mil milhões de euros. É caso para dizer que à dúzia é mais barato! O jornal diz tratar-se de um contrato em ouro maciço ou que é o contrato do século em matéria de defesa.
Os novos submarinos serão construídos num novo estaleiro a construir no sul da Austrália e o contrato vai criar cerca de 2.800 novos empregos no país, mas também 500 postos de trabalho na Bretanha, uma vez que todos os departamentos franceses do Naval Group vão participar no projecto. É o maior projecto de defesa da história da Austrália, mas também o maior projecto exportador alguma vez assinado pelo Naval Group, que tem a participação societária do Estado francês.
O primeiro submarino deverá ser concluído por volta de 2030.
Os especialistas têm dito que as águas do norte e do leste da Austrália já são o cenário de uma intensa luta de influência entre os Estados Unidos, a China e as potências regionais. É conhecido o interesse e a reivindicação da China pelo mar da China meridional, considerada uma área vital para o abastecimento de minérios e de petróleo à economia chinesa. Com esta encomenda de submarinos a Austrália acentua a sua vontade de afirmação regional e de autonomia estratégica.
Por cá ainda há quem pense que dois submarinos é demasiado e que é preferível enterrar milhões nos BPN todos que há por aí, que parece não terem fim e que são sempre tratados pelo mesmo tipo de artistas.

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