O regresso da
colónia britânica de Hong Kong à República Popular da China aconteceu em 1997
mas, apesar do seu estatuto de região administrativa especial, têm sido
evidentes as dificuldades de integração do território na China continental e a
prova disso são os protestos mais ou menos violentos que vão acontecendo. Por
via do acordo de regresso à mãe-pátria e, tal como acontece com Macau, o
território de Hong Kong desfruta de um alto grau de autonomia, excepto em
matérias de Defesa e Negócios Estrangeiros, podendo utilizar algumas regras e
liberdades que não são autorizadas na China continental.
A ilha de Hong
Kong foi cedida aos britânicos depois da 1ª Guerra do Ópio (1839-1842) e, mais
tarde, a Grã-Bretanha alugou por 99 anos uma parte do território continental
designada por Novos Territórios. Uma tão longa permanência e o grande
desenvolvimento económico da colónia fez com que a maioria dos seus 7 milhões
de residentes, embora de etnia chinesa, não se sintam chineses, mas sobretudo Hong Kongers. Daí resulta uma contínua
reacção às políticas centralistas e de maior aproximação a Pequim, acontecendo
que algumas das medidas tomadas provocam reacções, como aconteceu com a recente
aprovação da lei que permitirá a extradição de Hong Kongers para a China, um tema tratado na última edição de The Economist.
E o que fazem os Hong Kongers? Para além de um aumento do
sentimento anti-continente chinês e de já haver quem peça a independência do
território que os britânicos geriram durante cerca de 150 anos, há muitos milhares que protestam,
que bloqueiam estradas e que cercam os edifícios governamentais, enquanto a polícia
utiliza gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar as multidões. O confronto entre
Pequim e Hong Kong vai, naturalmente, continuar.
Sem comentários:
Enviar um comentário