Os Estados Unidos
e o Irão não têm relações diplomáticas entre si e, desde 1979, quando o regime
monárquico do xá Reza Pahlevi foi derrubado pela revolução iraniana liderada
pelo ayatollah Khomeini, que existe uma tensão permanente entre os dois países.
Aparentemente, nem os americanos gostam dos iranianos, nem os iranianos gostam
dos americanos. As causas dessa tensão são muito diversas, sobretudo as causas políticas
relacionadas com a revolução iraniana e as causas económicas relacionadas com o domínio
do petróleo do Golfo, mas todas se agravaram quando os americanos souberam que
o Irão estava a desenvolver armas nucleares.
Assim, em 2015 foi assinado o Joint Comprehensive Plan of
Action (JCPOA), um acordo destinado a limitar o programa nuclear iraniano a
troco do levantamento parcial das sanções económicas impostas pelos Estados
Unidos e pelos seus aliados europeus, mas Donald Trump considerou-o “o pior
negócio do mundo” e abandonou-o em 2018. Desde então, sucedem-se os episódios
que têm contribuído para aumentar a tensão na região do Golfo, o mais recente
dos quais foram os ataques a um petroleiro norueguês e a um petroleiro japonês.
Os Estados Unidos acusaram imediatamente o Irão por esses ataques, mas as
Nações Unidas, o Japão, a Rússia e outros países querem provas mais definitivas do
envolvimento iraniano. Os americanos afirmaram que esses ataques exigiram um
nível de especialização só possível por parte do Irão, mas os japoneses
rejeitam esse argumento que, segundo eles, também se aplicaria aos Estados
Unidos e a Israel.
O facto é que ontem o jornal Shargh Daily, que é
editado em Teerão na língua persa, publicou uma expressiva fotografia de Hassan Rouhani, junto de Vladimir Putin e de
Xi Jinping, mostrando que o Irão tem aliados poderosos e que o domínio e a
influência americanas na região já não são o que foram.
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