O Tour de France
é o maior acontecimento desportivo francês e provoca um entusiasmo popular
único, levando milhões de pessoas à berma das estradas ou às encostas das
montanhas em indescritível delírio, mas é também um espectáculo televisivo de grande
interesse cultural e turístico que, ao longo das etapas, descobre as melhores
paisagens naturais e o rico património construído francês. Em termos
desportivos e desde 1903, o Tour de France consagrou ciclistas que ficaram
célebres pelas suas vitórias como Jacques Anquetil, Eddy Merckx, Miguel
Indurain e muitos outros, mas o facto é que desde 1985, quando Bernard Hinault
conquistou a sua quinta vitória na prova, já lá vão 34 anos, que nenhum atleta francês
consegue triunfar na “rainha de todas as corridas ciclistas do mundo” e entrar
em Paris com o maillot jaune.
Este ano, com a
ausência forçada do ciclista inglês Chris Froome, que era o mais destacado
favorito para vencer a corrida, os outros corredores agigantaram-se e, apesar de
só estarem disputadas 14 das 21 etapas que a prova inclui, a França e a sua
imprensa já não disfarçam a euforia que os está a tomar de assalto. Ontem, na
etapa que decorreu na região pirenaica e terminou no clássico cume do Tourmalet,
os ciclistas franceses Thibaut Pinot e Julian Alaphilippe chegaram à frente. Tal
como Richard Nixon esperou Armstrong e Aldrin quando em 1969 regressaram da sua
viagem à Lua, também Emmanuel Macron esperou Pinot e Alaphilippe no Tourmalet
para simbolizar o orgulho dos franceses nos seus ciclistas, ou apenas por gosto
pessoal, ou para aproveitar este acontecimento para melhorar a sua imagem pública.
O jornal Le Parisien é apenas um dos diários franceses, nacionais ou
regionais, que hoje destaca o entusiasmo dos franceses e escolheu para título Le Tour des Français.
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