O Jornal
de Angola assinala hoje o Dia dos
Mártires da Repressão Colonial, evocando o massacre da Baixa de Cassanje
que “abriu caminho para a liberdade” e “inspirou a luta de libertação nacional”.
Aconteceu há 59
anos, no dia 4 de Janeiro de 1961. Os trabalhadores agrícolas das plantações
algodoeiras da companhia luso-belga
Cotonang, na Baixa de Cassanje, decidiram fazer um protesto contra as
suas condições de trabalho, armaram-se de catanas e canhangulos e desafiaram as
autoridades portuguesas, destruindo plantações, casas e pontes, num movimento
incentivado pela recente independência do ex-Congo Belga, uma vez que os povos
do Congo e daquela região de Angola tinham raízes étnicas comuns e, por isso, se
os povos do Congo já eram independentes, os povos de Angola também tinham essa
aspiração. Os colonos portugueses foram os primeiros a reprimir o protesto, mas
as tropas coloniais foram também chamadas e o terrível massacre aconteceu.
Os relatos destes
acontecimentos diferem, pois enquanto o Jornal de Angola refere que “foram
brutalmente mortos mais de vinte mil camponeses pelas tropas coloniais”, alguns
estudos já produzidos concluem que “teria havido entre duzentas e trezentas mortes entre os revoltosos”. Só o rigor da História
poderá esclarecer a dimensão deste trágico acontecimento, mas é evidente que a
verdade está bem longe dos números que a propaganda anti-colonial então criou e
que a soberana República Popular de Angola repete, certamente para estimular os sentimentos de unidade nacional e para manter acesa “a chama
gloriosa da independência nacional”.
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