Ontem, no antigo
campo de concentração de Auschwitz que simboliza como nenhum outro a vergonha
do Holocausto, foi evocado o 75º aniversário da sua libertação pelas tropas
soviéticas que entraram no campo no dia 27 de Janeiro de 1945.
Este campo
situado no sul da Polónia foi construído pelo Terceiro Reich e foi o maior de
todos quantos foram feitos pelo regime nazi para liquidar os seus inimigos,
sobretudo os judeus, dispondo de vários campos-satélite, entre os quais o campo
de extermínio de Auschwitz-Birkenau, onde morreu mais de um milhão de pessoas
nas câmaras de gás ou pela fome. Os horrores de Auschwitz têm sido divulgados
pelos meios de comunicação e, em 1989, o chanceler Helmut Kohl declarou que “Auschwitz
era o capítulo mais sombrio e mais horrível da história alemã”, mas parece que
as novas gerações, nomeadamente na própria Alemanha, ignoram o que foi aquele
campo de morte.
De resto, o
reconhecimento internacional dos horrores de Auschwitz foram tardios, pois só
em 2002 a Unesco declarou as ruínas de Auschwitz-Birkenau como Património da
Humanidade e só em 2005 a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou a data da
libertação do campo como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.
Ontem, cerca de
duzentos sobreviventes de Auschwitz estiveram no local de onde foram libertados
no dia 27 de Janeiro de 1945 e, simbolicamente, usaram a boina listada que os
identificava como prisioneiros ou como condenados à morte. Com eles estiveram muitos chefes de Estado e
de Governo. Hoje, The Times, mas também The
Wall Street Journal, El País e The Daily Telegraph publicam a
fotografia de Igor Malckij, o prisioneiro 188.005 de Auschwitz e o que se pode
dizer é, simplesmente, que uma imagem vale mais do que mil palavras.
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