terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Kobe Bryant e o mundo do desporto


A notícia apareceu ontem com grande destaque no Los Angeles Times e em muitos outros jornais americanos, canadianos, ingleses, espanhóis, italianos, belgas, brasileiros, australianos e de muitos mais países, anunciando que Kobe Bryant tinha morrido num acidente de helicóptero. 
Eu não sabia quem era Kobe Bryant porque não acompanho a NBA, nem o basquetebol americano, mas com a extensão desta homenagem fiquei realmente convencido da minha ignorância, pelo menos no que respeita ao basquetebol internacional. Os títulos dos jornais chamam-lhe lenda, eterno e imortal, enquanto a fotografia de Kobe ocupa a primeira página de inúmeros jornais de referência e vem mostrar que o desporto e os seus protagonistas têm mais peso nas opiniões públicas do que os políticos, os cientistas ou os grandes empresários. Hoje, se Winston Churchill, Wernher von Braun ou Henri Ford fossem vivos, teriam menos notoriedade que os Federer, os Ronaldos e os Kobe. 
Há que reconhecer que, depois de se ter transformado numa poderosa indústria e num campo em que os homens e os grupos mostram as suas rivalidades, o desporto está catapultado agora para um nível demasiado alto da vida das comunidades. Este caso do respeitável basquetebolista Kobe Bryant é tão significativo como as longas horas que as televisões dedicam ao futebol, isto é, a comunicação social esqueceu o lema básico do desporto - mens sana in corpore sano – para tratar da indústria e do espectáculo, bem como dos seus agentes e das suas gentes.
Como escreveu Camões, "todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades".

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