segunda-feira, 8 de junho de 2020

Black Lives Matter: um cartaz e uma luta


A onda de manifestações de protesto contra o racismo que surgiu há treze dias nos Estados Unidos como reacção à morte de George Floyd, estendeu-se pelas cidades americanas e alastrou por todo o mundo como um autêntico tsunami, incluindo várias cidades portuguesas onde milhares de pessoas se manifestaram no passado fim-de-semana. Esses protestos estão a ser dinamizados pelo Black Lives Matter (As vidas negras importam), um movimento activista internacional nascido em 2013 na comunidade afro-americana e que luta contra a discriminação racial, a brutalidade policial e a desigualdade étnica.
A imprensa mundial tem noticiado a onda de indignação e as manifestações por vezes violentas, enquanto alguns jornais ingleses destacam hoje o que ontem se passou na cidade inglesa de Bristol.
No centro da cidade existia desde 1895 uma estátua de Edward Colston, um rico mercador que, sendo membro do Partido Conservador, chegou a ser deputado no Parlamento inglês em representação da cidade de Bristol. Essa estátua consagrava a acção filantrópica de Edward Colston e homenageava-o como grande benfeitor da sua cidade. Porém, desde 1990 que havia petições para que a estátua fosse removida, pois os recursos utilizados por Colston nas suas actividades de filantropia, eram uma cortina que escondia os fabulosos lucros que realizara no lucrativo tráfico de escravos em que se empenhara na segunda metade do século XVII.
O movimento de protesto em Bristol ultrapassou as petições e “fez justiça pelas suas próprias mãos”, isto é, a estátua foi removida e lançada ao mar, tendo a fotografia dessa acção sido publicada pelo The Guardian e por vários outros jornais.

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