A onda de
manifestações de protesto contra o racismo que surgiu há treze dias nos Estados
Unidos como reacção à morte de George Floyd, estendeu-se pelas cidades
americanas e alastrou por todo o mundo como um autêntico tsunami, incluindo várias cidades portuguesas onde milhares de
pessoas se manifestaram no passado fim-de-semana. Esses protestos estão a ser
dinamizados pelo Black Lives Matter (As vidas negras importam), um
movimento activista internacional nascido em 2013 na comunidade afro-americana
e que luta contra a discriminação racial, a brutalidade policial e a
desigualdade étnica.
A imprensa
mundial tem noticiado a onda de indignação e as manifestações por vezes
violentas, enquanto alguns jornais ingleses destacam hoje o que ontem se passou
na cidade inglesa de Bristol.
No centro da
cidade existia desde 1895 uma estátua de Edward Colston, um rico mercador que,
sendo membro do Partido Conservador, chegou a ser deputado no Parlamento inglês
em representação da cidade de Bristol. Essa estátua consagrava a acção
filantrópica de Edward Colston e homenageava-o como grande benfeitor da sua
cidade. Porém, desde 1990 que havia petições para que a estátua fosse removida,
pois os recursos utilizados por Colston nas suas actividades de filantropia,
eram uma cortina que escondia os fabulosos lucros que realizara no lucrativo
tráfico de escravos em que se empenhara na segunda metade do século XVII.
O movimento de
protesto em Bristol ultrapassou as petições e “fez justiça pelas suas próprias
mãos”, isto é, a estátua foi removida e lançada ao mar, tendo a fotografia
dessa acção sido publicada pelo The Guardian e por vários outros
jornais.
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