Depois que, no
dia 27 de Outubro de 2017, o Parlamento da Catalunha aprovou a Declaração de
Independência da Catalunha e declarou a fundação da República Catalã, o governo
espanhol demitiu Carles Puigdemont que presidia à Generalitat de Catalunya, com base no artigo 155º da Constituição
espanhola de 1978. Em vez de enfrentar a Justiça, Puigdemont escolheu a fuga e
o exílio na Bélgica e o ambiente político catalão serenou. Vieram depois as eleições
legislativas de 21 de Dezembro de 2017 que deram a maioria absoluta aos partidos
independentistas com 47,5% dos votos, enquanto os partidos unionistas tiveram
43,5%. Apesar do partido mais votado ter sido o Ciudadanos com 25,35% dos votos, o independentista Quim Torra veio
a ser empossado como presidente da Generalitat com o apoio dos partidos
independentistas (Juntos pela Catalunha, Esquerda Republicana e Candidatura de
Unidade Popular).
Tal como o seu antecessor, também Quim Torra optou por uma
presidência de confronto com o estado espanhol e hostilidade à Monarquia, tendo decidido não cumprir as ordens
da Junta Eleitoral da Catalunha para que fossem removidos os símbolos
independentistas dos edifícios públicos da Generalitat, designadamente os laços
amarelos que simbolizam o movimento independentista catalão. Esta Junta
condenou Quim Torra a um ano e meio de inabilitação por desobediência, que veio
agora a ser confirmada pelo Supremo Tribunal que considerou que Torra mostrou
uma “contundente, reiterada, contumaz e obstinada” desobediência às ordens da
Junta Eleitoral Central. Naturalmente, Quim Torra pode e irá recorrer desta
decisão, mas o que este caso vem mostrar é que o conflito catalão apenas tem
estado adormecido.
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