Na sua mais
recente edição a revista The Economist usa um trocadilho no
seu título e, em vez de escrever United
Kingdom, troca a posição de duas letras e escreve Untied Kingdom e, dessa forma, em vez de se referir a um reino unido, refere-se a um reino desatado ou desligado.
O caso tem a ver
com os protestos violentos que surgiram na Irlanda do Norte, primeiro em
Londonderry e depois em Belfast, que estão a comprometer o acordo entre os republicanos e os unionistas, que está em vigor desde 10 de Abril de 1998. Depois da
entrada em vigor do Brexit e apesar das promessas feitas quanto ao regime das
fronteiras, nem os republicanos (que
defendem a união com a República da Irlanda), nem os unionistas (que defendem a permanência do país no Reino Unido), estão
satisfeitos. O problema é histórico, mas agravou-se a partir dos anos 1960 quando
a comunidade católica que coincide com a ideia republicana reagiu às perseguições
que estavam a ser feitas aos seus membros, no emprego público, nas escolas, nas
práticas religiosas. Foi uma verdadeira guerra urbana de grande violência, que
durou quase trinta anos e que agora se teme que se possa reacender. A juntar a
este conflito histórico ainda estão os resultados do Brexit, pois 55,8% dos eleitores
da Irlanda do Norte votaram pela permanência na União Europeia e viram gorada a
sua pretensão de estarem mais próximos de Dublin e de Bruxelas, do que do poder
de Londres que consideram autoritário e colonial.
Porém, The
Economist também lembra que 62% dos escoceses votaram contra o Brexit e
que a sua vontade de se desligarem de Londres continua muito forte, pelo que
considera perigoso o estado do Reino Unido e utiliza a expressão Untied Kingdom. Portanto, como sugere a capa da revista, a corda pode mesmo partir-se.
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