O jornal
argentino Hoy en la Noticia é publicado na cidade de La Plata, na província
de Buenos Aires, anunciando na sua edição de hoje que “comenzó la migración de
los pingüinos de Magallanes”.
A notícia é
interessante pois relata um acontecimento invulgar e pouco conhecido na Europa,
que é a viagem de mais de três mil quilómetros empreendida por esta espécie
patagónica até às costas do Uruguai e do sul do Brasil, sobretudo em busca de
alimento que, com a aproximação do inverno austral, começa a faltar. A espécie
tem o nome científico de spheniscus magellanicus, foi avistada pela primeira vez em 1520 pela
frota de Fernão de Magalhães e foi mencionada no relato que Antonio Pigafetta
fez dessa viagem. O seu habitat é,
essencialmente, o estreito de Magalhães e a Patagónia, as ilhas Malvinas e as
costas argentinas e chilenas, embora se desloquem até ao Brasil e ao Peru para
procurar alimento durante o inverno austral.
O pinguim-de-magalhães é uma ave não voadora, ovípara, com
uma estatura média de 70 centímetros e cujo peso varia entre quatro a seis
quilogramas. É uma das dezoito espécies de pinguins, das quais pelo menos
metade estão ameaçadas de extinção, devido à crescente escassez alimentar provocada
pelas alterações climáticas.
Para promover a conservação de todas as espécies de
pinguins e a preservação das costas e dos oceanos onde habitam, foi criada a
Global Penguin Society (GPS), uma entidade reconhecida internacionalmente, que tem a sua sede na cidade argentina de Puerto Madryn, na província de Chubut. O destaque
da notícia do diário Hoy en la Noticia mostra como a Global Penguin Society é dinâmica e
prestigiada na comunicação social argentina, mas também mostra que magalhães é nome de muita coisa, incluindo pessoas, galáxias, territórios, computadores e até pinguins.
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