A República
Democrática de Timor-Leste celebrou o 20º aniversário da sua independência e,
ao mesmo tempo, empossou José Ramos-Horta como o seu sétimo presidente da
República.
Portugal esteve
representado neste evento através do presidente da República Portuguesa, que
viajou num voo especial da EuroAtlantic Airways e que se fez acompanhar por uma
comitiva de 18 pessoas, segundo indicam alguns relatos. As várias estações de
televisão portuguesas também acompanharam Marcelo Rebelo de Sousa, pelo que o pudemos
ver no cemitério de Santa Cruz e na sua intervenção no Parlamento Nacional,
durante a sessão solene comemorativa dos 20 anos da Constituição da República
Democrática de Timor-Leste, mas também em múltiplas situações de grande excitação de cariz populista e entusiasmo desproporcionado, em que abraçou, beijou, dançou e tirou selfies, exactamente como se estivesse em campanha eleitoral em
Alcabideche ou em Carrazeda de Ansiães. Porém, o momento porventura mais
emocionante desta visita, sobretudo para quem viveu localmente uma parte do
processo independentista timorense, foi a merecida condecoração do padre João Felgueiras,
um jesuíta natural de Caldas das Taipas, concelho de Guimarães, que dentro de um mês completará 101 anos de idade e que muitos timorenses consideram um símbolo
da resistência e da preservação da língua e da cultura portuguesas em Timor, durante os anos da ocupação indonésia.
Lamentavelmente, com
a excepção do Diário de Notícias, a imprensa escrita portuguesa ignorou o 20º
aniversário da independência de Timor Leste.
A deslocação de
Marcelo Rebelo de Sousa a Timor Leste coincidiu com a visita de António Costa
ao Leste europeu e aquele não quis que este tivesse mais protagonismo do que
ele e, por isso, tratou de comentar aquilo que um presidente da República não
deve comentar. Alguns jornais chamaram-lhe gafes presidenciais. Tendo ambos feito importantes visitas de Estado, não havia necessidade destas guerras de popularidade.
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