As hostilidades
na Ucrânia transformaram-se numa guerra por procuração ou num confronto entre a
Rússia e os Estados Unidos. Apesar de sermos bombardeados diariamente com
imagens, mapas, comentários e serviços dos enviados especiais, pouco sabemos
sobre o que realmente se passa no terreno, parecendo que toda essa informação,
falsa ou verdadeira, está ao serviço das estratégias de propaganda das partes
em conflito. A mesma notícia e as mesmas imagens são repetidas em dias consecutivos
e a maioria das informações difundidas pouco esclarecem, pois tendem a
fazer-nos crer que se trata de uma guerra entre os que são bons e os que são maus.
A somar a esta deformação das informações, acresce a narrativa dos “especialistas
de relações internacionais” que aprenderam todos pela mesma cartilha e só
mostram uma face da moeda.
Tudo isto a
propósito do cerco russo à cidade de Mariupol e do recuo das forças ucranianas
até ao reduto da Azovstal, uma das maiores instalações siderúrgicas da Europa,
que possui túneis e bunkers capazes
de resistir a um ataque nuclear. Elogiou-se a corajosa resistência das forças
ucranianas. Desconhece-se se havia mercenários no local, mas havia muitos
feridos no interior da Azovstal. Parece que intervieram mediadores. Alguma
coisa se conseguiu mas não se sabe bem o quê.
O facto é que, devido
a essas e outras circunstâncias, a partir do dia 16 de Maio “renderam-se 2.439
elementos do regimento Azov e das forças ucranianas”, mas hoje ter-se-ão
rendido os últimos 531 combatentes que se encontravam no Azovstal.
Aparentemente, tratou-se de uma rendição das forças ucranianas depois do seu
comandante ter recebido ordens de Kiev para “salvar a vida dos seus soldados e
parar de defender a cidade”. Após mais de um mês de cerco e de constantes
bombardeamentos, a Rússia veio anunciar a “libertação total” da Azovstal, mas a
Ucrânia recusou falar em rendição, embora assuma o fim da resistência em
Mariupol.
Não se sabe o que
aconteceu e, afinal, com tantos enviados especiais disseminados pela Ucrânia,
ninguém nos esclarece, embora pareça que a Rússia obteve uma primeira vitória. Esta
manhã o jornal Ouest France, pareceu adivinhar o que veio a acontecer durante
o dia e pergunta: que destino para os soldados da Azovstal?
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