domingo, 28 de agosto de 2022

Filipe Neri Ferrão, o novo cardeal de Goa

O Papa Francisco presidiu ontem na Cidade do Vaticano a um Consistório Ordinário, isto é, uma reunião de cardeais que é destinada a assistir ou ajudar o Papa nas suas decisões. Foi o oitavo Consistório do seu pontificado e nele foram criados 20 novos cardeais, dos quais 16 eleitores e 4 eméritos (não eleitores), com a particularidade de terem sido criados os primeiros cardeais oriundos de Timor-Leste, do Paraguai e de Singapura. Dos 16 novos cardeais eleitores destacam-se o cardeal Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão, arcebispo de Goa e Damão e Patriarca das Índias Orientais, e o cardeal Virgílio do Carmo da Silva, arcebispo de Dili. Ambos são falantes de português e ambos dirigem dioceses historicamente ligadas à Igreja de Portugal.
A diocese de Goa foi a primeira diocese asiática da Cristandade, foi criada em 1533 pelo Papa Clemente VII, era inicialmente sufragânea da diocese do Funchal e estendia-se espacialmente desde o cabo da Boa Esperança até à China e ao Japão. 
A diocese de Dili foi criada em 1940 como sufragânea da arquidiocese de Goa, numa altura em que o território de Timor estava ocupado pelas forças japonesas.
Para aqueles que se identificam com a herança cultural portuguesa nascida da sua expansão marítima pelo mundo, ou para aqueles que se orgulham da lusofonia, católicos ou não católicos, a criação destes novos cardeais lusófonos, a que se juntam os dois novos cardeais brasileiros (os arcebispos de Manaus e de Brasília), é um motivo de grande satisfação cultural.
O jormal oHeraldo que se publica em Goa, onde o hinduísmo é a religião dominante, deu um grande destaque à elevação do seu Arcebispo ao Cardinalato e nós, que bem o conhecemos, também aqui expressamos o nosso regozijo.

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