O Papa Francisco
presidiu ontem na Cidade do Vaticano a um Consistório Ordinário, isto é, uma
reunião de cardeais que é destinada a assistir ou ajudar o Papa nas suas
decisões. Foi o oitavo Consistório do seu pontificado e nele foram criados 20
novos cardeais, dos quais 16 eleitores e 4 eméritos (não eleitores), com a
particularidade de terem sido criados os primeiros cardeais oriundos de
Timor-Leste, do Paraguai e de Singapura. Dos 16 novos cardeais eleitores
destacam-se o cardeal Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão,
arcebispo de Goa e Damão e Patriarca das Índias Orientais, e o cardeal Virgílio
do Carmo da Silva, arcebispo de Dili. Ambos são falantes de português e ambos
dirigem dioceses historicamente ligadas à Igreja de Portugal.
A diocese de Goa
foi a primeira diocese asiática da Cristandade, foi criada em 1533 pelo Papa
Clemente VII, era inicialmente sufragânea da diocese do Funchal e estendia-se
espacialmente desde o cabo da Boa Esperança até à China e ao Japão.
A diocese
de Dili foi criada em 1940 como sufragânea da arquidiocese de Goa, numa altura em que o território de Timor estava ocupado pelas forças japonesas.
Para aqueles que
se identificam com a herança cultural portuguesa nascida da sua expansão
marítima pelo mundo, ou para aqueles que se orgulham da lusofonia, católicos ou
não católicos, a criação destes novos cardeais lusófonos, a que se juntam os
dois novos cardeais brasileiros (os arcebispos de Manaus e de Brasília), é um
motivo de grande satisfação cultural.
O jormal
oHeraldo que se publica em Goa, onde o hinduísmo é a religião
dominante, deu um grande destaque à elevação do seu Arcebispo ao Cardinalato e
nós, que bem o conhecemos, também aqui expressamos o nosso regozijo.
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