quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Voltou a moda dos “golpes de estado”

Numa altura em que as agendas mediáticas andam ocupadas com o futebol e com a guerra na Ucrânia, ainda há surpreendentes notícias de tentativas de “golpes de estado” na Alemanha e no Perú, o que não se imaginava que pudesse acontecer, pois esse tipo de intervenção parecia estar fora de moda, até mesmo na América do Sul, quanto mais na Alemanha.
Na Alemanha, que é o principal país da União Europeia, foi desmantelada uma rede que se suspeita estar a preparar um “golpe de estado”, através da invasão do Bundestag, do derrube do governo e da imposição de uma nova ordem constitucional.
No Perú também terá acontecido uma tentativa de “golpe de estado”, promovida por Pedro Castillo, isto é, pelo próprio presidente da República. Castillo foi eleito em 2021 na 2ª volta das eleições presidenciais peruanas, mas durante a campanha eleitoral já era acusado de ser “o Nicolás Maduro do Perú”, pelos seus sinais de autoritarismo. A sua presidência decorreu em permanente clima de crise política e com frequentes acusações directas de ser um agente activo da alta corrupção, pelo que no seu curto mandato foi confrontado com três pedidos de impeachment. Ontem, dia 7 de dezembro, o Parlamento procurou destitui-lo por “incapacidade moral”, mas Castillo antecipou-se e decretou a sua dissolução. Porém, cerca de duas horas depois o impeachment foi mesmo votado e aprovado com 101 votos a favor, seis contra e dez abstenções. O Congresso, e depois o Supremo Tribunal do Perú, classificaram a atitude ditatorial de Castillo como “golpe de estado”, pelo foi destituído e imediatamente detido por violação da Constituição, ao mesmo tempo que era dada posse à vice-presidente Dina Boluarte para o substituir. O diário Uno, que se publica em Lima, mostra as fotografias de Castillo e de Boluarte, ou as imagens de la traición e de la esperanza.
Portanto, na Alemanha e no Perú, terá havido duas tentativas de “golpe de estado”, que é uma coisa que se julgava impensável em quase todo o mundo no século XXI.

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