Ontem foi um dia
muito triste para os portugueses! Depois de vários dias de endeusamento das
qualidades dos nossos futebolistas, das viagens dos nossos principais
dignitários ao Qatar (feitas em nome do interesse nacional) e do massacre
televisivo a que fomos sujeitos com as reportagens dos enviados especiais, por
vezes muito desinteressantes e medíocres, a selecção nacional perdeu com a
selecção de Marrocos. Foi apenas um golo, mas bastou. Podia ter sido ao contrário, mas aconteceu assim. Os
jogadores bateram-se bem mas não foram felizes e, na sua edição de hoje, o
jornal A Bola publica a fotografia do desalentado Ronaldo e convida os
portugueses a chorar.
Foi pena, porque
os portugueses andam pouco entusiasmados com o seu quotidiano e precisavam
desta alegria. Porém, não há drama nenhum e há mais futebol e mais desafios para
além deste Qatar 2022. Com a equipa portuguesa também saíram as equipas do
Brasil, da Holanda e da Inglaterra e, antes, já a Alemanha, a Espanha, a Bélgica,
a Dinamarca e o Uruguai tinham ido para casa mais cedo. A selecção nacional tinha
chegado aos quartos-de-final depois de humilhar a Suíça e estava no grupo das
oito melhores equipas, mas ontem foi derrotada por Marrocos que antes batera a
Bélgica e a Espanha. Os marroquinos chegaram às meias-finais e são a maior
surpresa deste Qatar 2022, pois nunca uma equipa africana conseguira ir tão
longe.
Agora a discussão
será entre a Argentina, a Croácia, a França e Marrocos. No que respeita a
Portugal, “é preciso levantar a cabeça”, como costumam dizer os derrotados. Porém,
uma vez que os jogadores portugueses são realmente muito talentosos, talvez se
justifique uma análise mais profunda sobre as causas das nossas frustrações
futebolísticas.
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